4.3.07

non – Essa visão da realidade vale a outra

Janeiro de 2007

Instalação

Diversos materiais diversos

Dimensões variáveis





MAD WOMAN IN THE ATTIC
Rua Alves Redol 407, 5º - 4050-043 - Porto
mw_intheattic@yahoo.com




DESCRIÇÃO DE UM ABISMO

A visão de aqui. Ora aqui está. Onde pernoitas cansas recuperas e pronto, quando «te vês» é tudo.

(PARA SI PRÓPRIO)

Essa visão da realidade vale a outra, e a outra, e a outra – o espectáculo dos olhos, dos pénis, dos ruídos, substituem o dos campos, se tos negam – (…)

“OS CRIMINOSOS E AS SUAS PROPRIEDADES” in “raso como o chão” de Álvaro Lapa – editorial estampa, Lisboa, 1977

non – tudo o que vês existe

acção performativa

na “a Sala”



“a Sala” - Rua do Bonjardim, 253 2º apresentações dias 17 e 18 de Novembro de 2006








os criminosos e as suas propriedades – um mundo «criminoso de passividade» - «um» mundo – este instante vale outro, e outro, e outro- compara sem reservas, ininterruptamente – compara sem culpas – o outro mundo vale este (…) – tudo o que vês existe – (…)o teu mundo é a condição do teu projecto, e nisto te especializas suficientemente – deixa o estranho emocionar-se, vá! – a comunicação, mas com quem? – tudo está a ser visto por ti, milimetricamente – se fores cego não faz mal – quemte desanima? – a pena de morte é bárbara; e os restaurantes?...-

(PARA SI PRÓPRIO)

Essa visão da realidade vale a outra, e aoutra, e a outra – o espectáculo dos olhos, dos énis, dos ruídos, substituem o dos campos, se tos negam – (…)

OS CRIMINOSOS E AS SUAS PROPRIEDADES” in “raso como o chão” de Álvaro Lapa – editorialestampa, Lisboa, 1977


non – náufragos, ergue-se novamente a cruz com o ruir da vela (1ª versão)

2003 / 2006

Instalação (Tecido, madeira, corda, tinta)

Dimensões variáveis

Apresentado em Novembro de 2006, no Projecto Apêndice, Porto, Portugal.



Voltar à «A jangada do La Méduse » de Théodore Géricault para constatar que,

como os sobreviventes do navio francês La Méduse,

também neste “apêndice”, na cidade do Porto,

muitos continuam a resistir num país perdido no Atlântico.



Voltar à "A jangada" de Théodore Géricault para como este e com este

criticar o Governos, Câmaras e os mais variados agentes do sistema artístico nacional porque,

lembrando o navio La Médose, a nomeação do capitão - que não era homem do mar –

fora um acto de favoritismo político.



Voltar à «A jangada do La Médose de Théodore Géricault porque,

como no seu tempo, este tema é discordante relativamente aos “tradicionais”.



Voltar à «A jangada do La Médose » de Théodore Géricault porque,

ao contrário desta que foi aceite com relutância,

a presente obra foi ignorada como todas as outras que foram apresentadas no mesmo lugar

e como muitas outras ainda patentes ou recentemente apresentadas (nos últimos sete anos)

por um considerável número de jovens criadores deste Porto perdido no mar.



Voltar à «A jangada do La Méduse » para sublinhar que como no passado,

a luta dos náufragos - de um Porto de um país perdido no Atlântico –

continua a ser a mesma

com os governantes e ou com os agentes do meio artístico

pela «LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE».



Voltar à “Crucificação” de Matthias Grunewald porque,

hoje como antes, a cruz a carregar continua a ser a mesma.



Voltar à “Descida da cruz” de Peter Paul Rubens,

para lembrar que a fé ainda é o que faz movimentar os que por aqui andam - por este “apêndice” - mesmo depois de uma primeira morte,

mesmo diante do peso que se abate de maneira insuportável

perante a referida morte.



Voltar à “Descida da cruz” de Peter Paul Rubens,

para lembrar que depois de descidos da cruz

cada um dos que por aqui anda

é acompanhado por aqueles, não muitos,

que sentem o desespero de terem sido arrastados e arrasados,

como o fadado ao processo de crucificação.



Pelo referido e pelo ainda não dito,

voltar ao «O discurso sobre as Ciências e as Artes» de Jean-Jacques Rousseau,

para hoje constatar, como no tempo deste,

que há um abismo entre as exigências da sociedade e a verdadeira natureza do ser humano;

para (re)discutir «LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE»,

agora remetidos a valores do passado e considerados falidos